Região do Vale do Paraíba registrou média de dois estupros por dia em 2023

Dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) nesta sexta-feira (26) mostram que o Vale do Paraíba registrou, em 2023, uma média de pelo menos dois estupros por dia. Foram registrados 793 estupros – média de 2,17 estupros diariamente.

Os índices apontam ainda que a região teve queda de 12% nas mortes violentas, além de registrar os menores números de roubos e roubos de veículos desde o início da série história – leia detalhes mais abaixo.

O número de estupros registrados na região, segundo o levantamento, é o segundo maior para um ano desde o início da série histórica da SSP na região, que começou em 2001. O total de estupros registrados no Vale em 2023 só fica atrás de 2019, quando houve 842 registros.

Entre as cidades que mais registraram estupros no ano passado, São José dos Campos acumulou 201 casos de estupros. Caraguatatuba e Jacareí aparecem em segundo, com 80 casos, além de Taubaté, com 56.

Outras cidades que chamam a atenção na lista são São Sebastião, com 48 casos de estupro registrados em 2023, além de Campos do Jordão, com 40, Ubatuba, com 39, e Pindamonhangaba, com 38.

Jambeiro não registrou nenhum caso no ano, de acordo com o relatório, e Paraibuna registrou 9 casos.

Recorde no Estado

Com 14.504 casos em 2023, o número de estupros registrados pela polícia no estado de São Paulo é o maior da série histórica, segundo dados a SSP.

A série histórica começa em 2001, quando foram registrados 3 mil estupros. Em 2009, entretanto, a legislação sobre o crime mudou, e passou a considerar estupro qualquer ato sexual praticado com sem consentimento, como um toque íntimo, por exemplo, e não apenas a conjunção carnal. Isso levou ao um aumento expressivo nos registros, como mostra o infográfico abaixo.

Para Carolina, do Sou da Paz, o aumento está relacionado a dois fatores principais:

a redução de verbas federais, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), para combater a violência contra em crianças, adolescentes e mulheres;
e a pandemia de Covid, que forçou uma maior convivência entre vítimas e potenciais agressores (a maior parte dos estupros acontece dentro de casa).

Para o governo de São Paulo, ajudam a explicar o aumento de casos a maior conscientização das vítimas, que passaram a denunciar mais os abusos; e uma maior confiança no sistema de segurança.

Além dos dados de estupro, o governo de SP divulgou nesta sexta os dados de outros crimes, destacando que os latrocínios e homicídios dolosos caíram e atingiram o menor patamar da série histórica, com 164 e 2.606 casos, respectivamente, em 2023.