Padre gera polêmica ao expulsar grupo de moçambique no Vale

O Grupo de Moçambique do Belém, de Taubaté, denunciou um caso de preconceito religioso ocorrido em São Luiz do Paraitinga durante a tradicional Festa de São Sebastião. O grupo, que mantém vivas tradições culturais e religiosas desde 1945, foi impedido de realizar uma manifestação de fé dentro de uma capela pelo padre responsável, identificado como Ricardo Cassiano.

Segundo relatos, os integrantes aguardaram o término da missa para entrar na capela, seguindo o costume de fazer uma saudação e adoração ao santo do andor. Contudo, o padre interrompeu a ação e pediu que o grupo saísse, alegando que o local não era “lugar de bagunça”. Vídeos divulgados no YouTube e em redes sociais mostram o momento em que o religioso faz gestos indicando que o grupo deve se retirar.

O episódio foi classificado como desrespeitoso pelos membros do grupo, que afirmaram não terem sido informados previamente sobre qualquer restrição à apresentação.

“Consideramos uma falta de respeito o modo como ele agiu. Se não fosse permitido, deveriam ter nos avisado antes, evitando essa vergonha diante das pessoas presentes, que estavam lá a convite do festeiro”, declarou um representante do grupo.

O jornalista e cineasta André Ferreira também se manifestou sobre o caso, lembrando que não é a primeira vez que o padre é acusado de atitudes intolerantes. “É preciso que nos posicionemos contra atitudes como essa, que demonstram desconhecimento e desrespeito por parte de quem deveria acolher as pessoas e suas representações ancestrais”, afirmou.

O Grupo de Moçambique do Belém é uma expressão cultural e religiosa profundamente enraizada na tradição popular, com origem em São Luiz do Paraitinga e devoção a São Benedito e Nossa Senhora.

A reportagem tentou entrar em contato com o padre Ricardo Cassiano, mas não obteve retorno das ligações feitas aos números disponibilizados pela paróquia.

 

Com O Vale

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